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O que a sucessão de Warren Buffett ensina sobre planejamento empresarial

  • Foto do escritor: Benites Bettim Advogados
    Benites Bettim Advogados
  • 4 de jun.
  • 5 min de leitura

O anúncio da aposentadoria de Warren Buffett, após mais de meio século à frente da Berkshire Hathaway, é mais do que um fato noticioso de interesse do mercado financeiro global: é um exemplo paradigmático de como a sucessão empresarial deve ser tratada com responsabilidade, estratégia e visão de longo prazo. A escolha de Greg Abel como sucessor direto não surpreendeu analistas nem acionistas — pelo contrário, confirmou um processo sucessório planejado há anos, que sempre esteve ancorado na cultura de governança robusta da companhia.


Buffett, conhecido por seu rigor na gestão e pela aversão a improvisos, sinalizou publicamente, ao longo da última década, que o planejamento sucessório era uma de suas maiores preocupações. Ao preparar Greg Abel com antecedência, inseri-lo gradualmente nas instâncias decisórias mais relevantes e expô-lo ao convívio direto com investidores e conselheiros, Buffett não apenas garantiu a continuidade estratégica da Berkshire, mas também preservou o valor de mercado da empresa, blindando-a contra especulações e instabilidades típicas de transições improvisadas.


A reação do mercado ao anúncio foi, como se previa, marcada pela estabilidade. Não houve oscilações abruptas nos papéis da companhia, tampouco manifestações públicas de preocupação por parte de investidores institucionais. A sucessão, cuidadosamente construída ao longo do tempo, confirmou-se como um fator de confiança e segurança — valores que, para empresas de qualquer porte, são determinantes quando se trata de processos de sucessão.


O que a sucessão de Warren Buffett ensina sobre planejamento empresarial

O que realmente está em jogo: continuidade, valor e estabilidade do negócio


Por trás da sucessão empresarial está, invariavelmente, a questão da continuidade. Para além do nome que assume o comando, o que se define com o planejamento sucessório é a capacidade da empresa de manter-se competitiva, estável e valorizada, mesmo quando a liderança original se afasta. Esse é o ponto central que muitos empresários — especialmente aqueles com perfil altamente centralizador — tendem a negligenciar: a ilusão de que a manutenção do poder pessoal assegura a estabilidade da organização.


A sucessão empresarial, tecnicamente compreendida como o processo de transferência do controle e/ou da administração para outro indivíduo ou grupo, implica riscos consideráveis quando não é devidamente estruturada. Os dados sobre empresas familiares, por exemplo, indicam que apenas uma fração reduzida sobrevive à transição entre gerações, justamente porque a sucessão é tratada como um tabu ou um problema a ser enfrentado apenas quando a necessidade se impõe de forma inadiável.


Conflitos entre herdeiros, descontinuidade de estratégias, insegurança jurídica e perda de valor de mercado são consequências recorrentes de sucessões improvisadas ou não planejadas. A ausência de um modelo sucessório claro fragiliza não apenas a estrutura interna da empresa, mas também sua relação com investidores, fornecedores, clientes e colaboradores, todos impactados pela percepção de incerteza que acompanha mudanças mal conduzidas.


Por isso, a sucessão empresarial não deve ser encarada como uma ameaça ou um sintoma de vulnerabilidade, mas como uma dimensão estratégica da gestão, cuja antecipação é sinal de liderança responsável e visão institucional de longo prazo.


Governança corporativa: a chave para uma sucessão empresarial bem-sucedida


Se há um elemento que distingue processos sucessórios bem-sucedidos, como o da Berkshire Hathaway, daqueles que resultam em crises organizacionais, esse elemento é a governança corporativa. Em termos práticos, a governança funciona como o alicerce institucional que sustenta a sucessão, fornecendo regras, papéis e processos que reduzem a dependência de decisões subjetivas ou relações exclusivamente pessoais.


Governança corporativa, como se compreende no campo técnico, é o sistema pelo qual as empresas são dirigidas, monitoradas e incentivadas. Estruturas bem definidas de governança estabelecem, de forma clara, quem decide o quê, em quais circunstâncias e com que critérios. Isso inclui a formalização de conselhos de administração, a definição de instâncias de deliberação e, especialmente em empresas familiares, a elaboração de protocolos que estabeleçam diretrizes para a sucessão, prevenindo disputas e assegurando a continuidade.


No caso da Berkshire Hathaway, a governança foi decisiva para garantir que o processo sucessório não dependesse exclusivamente da vontade pessoal de Buffett, mas seguisse uma lógica institucional robusta, capaz de sustentar a confiança do mercado mesmo após a saída de seu líder icônico.


Empresas brasileiras, especialmente as familiares, tendem a negligenciar a construção de sistemas de governança sob o argumento de que “não são grandes o suficiente” ou “não precisam de formalismos”. Trata-se de um equívoco recorrente e de alto custo. A ausência de governança não apenas compromete o processo sucessório, como também expõe a empresa a riscos operacionais, jurídicos e reputacionais que podem ser evitados com estruturas mínimas, mas bem desenhadas.


O papel estratégico do jurídico: da estruturação societária à prevenção de litígios


Nenhum processo sucessório bem-sucedido se realiza sem o suporte jurídico adequado. A complexidade das relações societárias, a multiplicidade de interesses envolvidos e os potenciais conflitos inerentes às transições de poder exigem uma atuação jurídica que vá além da elaboração de documentos: é preciso oferecer uma visão estratégica, que antecipe riscos e viabilize a execução do planejamento sucessório de forma segura e previsível.


A assessoria jurídica é essencial para mapear os riscos específicos de cada organização, desenhar estruturas societárias que preservem o controle e a continuidade, e elaborar instrumentos como acordos de sócios, protocolos familiares e estatutos que regulamentem as hipóteses de sucessão. É também papel do jurídico orientar sobre as alternativas disponíveis, como a constituição de holdings familiares, doações em vida ou a utilização de testamentos estratégicos.


Mais do que instrumentalizar juridicamente a sucessão, o advogado atua como facilitador de um processo que, frequentemente, envolve aspectos emocionais delicados. O desafio é articular, com técnica e sensibilidade, os interesses patrimoniais, operacionais e familiares, evitando que tensões latentes resultem em litígios que comprometam a estabilidade e a imagem da empresa.


Nesse sentido, o jurídico deixa de ser mero executor e passa a ser protagonista na definição do modelo sucessório, garantindo que a transição se realize com segurança, clareza e proteção dos interesses institucionais.


O exemplo da Berkshire Hathaway e o que ele ensina aos empresários brasileiros


O caso da Berkshire Hathaway evidencia que a sucessão bem-sucedida é, antes de tudo, resultado de antecipação e preparo. Buffett não esperou que sua saúde falhasse ou que pressões externas o forçassem a definir um sucessor. Ao contrário, construiu, com método e paciência, uma sucessão que se impôs ao mercado como natural, transparente e segura.


Para empresários brasileiros, o exemplo é eloquente: a sucessão não é um tema a ser empurrado para o futuro, mas uma responsabilidade inadiável, cuja condução define a solidez e a continuidade da empresa. A cultura de evitar discussões sucessórias por desconforto ou receio de expor vulnerabilidades precisa ser superada, sob pena de comprometer o legado construído.


O planejamento sucessório deve contemplar não apenas questões jurídicas e financeiras, mas também aspectos organizacionais e emocionais, assegurando que quem assume a gestão tenha preparo, legitimidade e apoio institucional.


Quando estruturado com antecedência e acompanhado por um suporte jurídico estratégico, o processo sucessório deixa de ser um risco e transforma-se em uma oportunidade de fortalecer a empresa e consolidar sua posição no mercado.


O exemplo da Berkshire mostra que a sucessão pode, sim, ser um movimento de valorização e confiança — uma lição que merece ser absorvida por todos que lideram negócios com visão de perenidade.


Como o Benites Bettim Advogados contribui para a segurança e continuidade do seu negócio


A condução segura e estratégica de processos sucessórios é uma das especialidades do Benites Bettim Advogados. Atuamos lado a lado com empresas familiares, grupos empresariais e holdings, oferecendo uma assessoria jurídica que alia profundidade técnica, sensibilidade institucional e visão estratégica.


Nosso compromisso é garantir que a sucessão seja conduzida com clareza, segurança e eficiência, protegendo não apenas o patrimônio, mas, sobretudo, a continuidade e a valorização do negócio. Estruturamos soluções jurídicas personalizadas, alinhadas ao perfil e à cultura de cada empresa, e antecipamos riscos que, se ignorados, podem comprometer décadas de construção empresarial.


Seja para estruturar protocolos familiares, redesenhar a governança corporativa ou implementar modelos societários adequados à sucessão, o Benites Bettim oferece a experiência, a solidez e a proximidade que empresas estratégicas exigem.


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